Bastões de aço
“Perdoa-me” - disse-me ela com os
olhos muito molhados. Era mentira, era mentira o que tinha acabado de me dizer,
teria feito tudo igual, eu sei. Ela estava ali, no meio daquela rua solarenga,
a falar comigo com um ar arrependido, mas na verdade estava a pensar na razão
que a tinha levado até ali: “será que aquelas calças castanhas escuras têm o
meu número, têm de ter…” “Não te perdoo, não estás a ser honesta e magoaste-me com
bastões de aço”. “Estou a dizer-te a verdade sim, porque te haveria de te mentir?
Bastões de aço, sempre foste muito engraçada…” Então, fechei o punho direito e
dei-lhe um murro com bastante força na cara: “sim bastões de aço, vários, mas
emocionais.” Afastei-me e disse-lhe, enquanto ela olhava para mim incrédula por
lhe ter dado um murro: “experimenta isto durante anos e anos e entende que um perdoa-me
como o teu ainda magoa mais, tudo o que fizeste foi propositado.”
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