A direção
“Achas que vai doer ainda mais Nicolau?”
- perguntou Marisela com frio na alma. “Mais não porque estou aqui.” - respondeu
Nicolau “Mas não passa, verdade?” “Isso já não sei, é uma ferida muito profunda
que se espetou no ser.” Marisela começa a chorar muito e, entre soluços, disse:
“se não tenho uma rosa-dos-ventos como vou caminhar Nicolau?” “Tenho uma oferta
para ti: a minha bússola” “E depois tu?” “Caminho bem no deserto sem direções,
precisas mais da bússola do que eu” Marisela ficou muito pensativa e disse: “tu
e eu à nossa maneira sempre fizemos companhia um ao outro, de uma certa forma
és a minha direção”. Nicolau ri-se e disse: “a tua ferida ao longo do caminho
que temos feito tem vindo a sarar, devíamos fazer mais companhia um ao outro.” “Queres
ser a minha direção para sempre, sem me abandonares a meio?” – perguntou Marisela
“Nunca te faria isso, gosto demasiado de ti, já chegámos até aqui…” – disse-lhe
Nicolau
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